sexta-feira, 28 de maio de 2010

O dia em que a terra parou!


Foi hoje ao chegar na frente da casa dos Baptistas, onde cresceram Sérgio Dias e Arnaldo Baptista do Os Mutantes, a casa quase abandonada fica na rua Venâncio Aires 408 na Pompéia (SP).

Como fez sol hoje em São Paulo mesmo estando no inverno paulista, e tendo sonhado com Arnaldo e perturbado a Mari Soldi o dia inteiro pra tentar uma visita ao grã-mestre, resolvemos ir andando do Perdizes até à Pompéia pra pelo ver a casa “mágica” onde moraram os Baptistas. Eu, Sady guiados por Chicão (Estúdio Lamparina) saímos ao encontro do “fim do arco-íris”. Sacamos que era muito mais perto do que pensávamos usando o google maps (amigo inseparável do paulista) logo chegamos no endereço.

Nos deparamos com um prédio azul, quase em ruínas, e por segundo quis não acreditar que seria a casa, ficamos olhando os números das casas em volta, e o Chicão resolveu perguntar pro tio do bar...”é aqui que é a casa da Família Baptista?” aê o tio responde: “Não, essa casa era da Rita Lee!” ... ficamos meio triste e metade felizes...e atravessamos a rua pra fazer umas fotos, e como na espera de “Rita” no portão aparece um tio cabeludo que passa com uma sacola com 6 cervejas e diz: “Fazendo fotos da casa né?!”...não entendemos muito e seguimos a louvação ao prédio, ele volta e pergunta: “Vocês são músicos?” com a resposta afirmativa dos três, ele pergunta de qual banda, ae o Sady responde: “Somos do Mini Box Lunar” e cara responde (causando susto)...”eu conheço a banda de vocês! É uma que tem 2 meninas no vocal né?” ae a gente responde que sim, exatamente...ele diz: “Que legal, eu sou Luiz Carlini do Tutti Fruti...” pausa para puxar o fôlego, e se segurar pra não tremer (coisa que o Sady claro não conseguiu) e nesse momento tudo ficou mais ensolarado!



Perguntamos primeiro o que ele tava fazendo ali na rua e depois se era a casa da Rita Lee mesmo...ele responde dizendo: “Eu moro aqui no lado, essa é a casa dos meninos, e ali na frente era do Made In Brazil...essa rua é a mais rockinroll do Brasil cara!”...rsrsrs...quase choro de verdade, fiquei chocado com tanta coincidência, fomos andando, o Chicão passou no banco antes, comemos besteira na rua, e no momento exato tudo acontece como se fosse marcado...

Na conversa que foi ali no portão dos “Mutantes” ele conta que a casa perdeu muito das características originais, que pessoas ocuparam alguns cômodos e que hoje é cheio de quartinhos, quase um cortiço. Mas fez questão de lembrar coisas da época sessentista, do tempo em que todos passavam por lá, pra tocar, pra ver e comprar peças do Claudio César, e vivenciar aquele ambiente transformador, mesmo eles não percebendo isso.

Em pouco tempo conversando ouvimos várias história que nunca ouvi em entrevistas, em biografias, não sei se li todas, mas não recordo do amplificador de baixo de concreto, da guitarra do Ségio Dias sendo tocada e a rua toda ouvindo no rádio e pirando com a nova invenção do Cláudio, e de como era prazeroso pro Carlini ser roadie dos “meninos” mesmo que na época não existir o termo “roadie” ...”na verdade eu não lembro como se chamava roadie...rsrs...” diz ele sorrindo e olhando para trás dos ombros do Chicão...como se estivesse vendo o fluxo de pessoas no estudio e na rua...que era movimentada sim.

Ficamos mais uns minutos olhando a casa, não deu coragem de entrar porque vimos pessoas saindo e fechando o portão...Luís Carlini ainda disse que vai muita gente lá ver a casa...”Eles até levam pedaço do muro cara!” mas ele pouco fala com essas pessoas, no entanto, gostou de ver músicos que curtem a mesma coisa que ele, e que também estaria esperando um Ep do Mini Box Lunar. Na ocasião, aproveitamos e convidamos pro Show do SESC Pompéia, ele com um ar de “não to muito disposto” disse que seria meio difícil ele ir, mas que está esperando a gente retornar e levar o Ep pra ele escutar, pois conhecer a banda ele já conhece da internet, e gostou muito...aê é de balançar as pernas, se emocionar muito, numa tarde de sol num inverno,

Carlini andou uns metros conosco, parou na frente do portão de sua casa, disse que aquele era o lugar pra chamar ele quando retornássemos, reclamou do transtorno na rua devido a algumas construções, riu disso, puxou a chave do bolso, abriu o portão e disse: “...minha casa ta bagunçada, e não seria legal apresentar nesse estado, mas tragam o cd, vou esperar...”

Emocionado, feliz e esperando o dia amanhecer pra levar o Ep.

...claro que ao chegar novamente em São Paulo, a Helô fez questão de ir lá...entregamos o cd pro pai do Carlinni, conhecemos a mãe dele também, e esperamos uns minutos, ae depois nos disseram que ele havia saído pra ver um som e talvez demorasse. Valeu muito essas visitas, de ir num lugar mágico de verdade, com um clima de rockinroll até hoje, e com tudo o que passa na cabeça, com o pensamento naqueles dias de festa na rua "mágica" e de toda a contribuição que os Mutantes, Tutti Frutti, Made in Brazil e outras bandas que moraram, criaram, e permanecem nos muros, portas, no clima, na nostalgia do tio da venda, do Luiz Carlinni (que mora no lado e que é tambem parte da história) e dos outros moradores da "Liverpool brasileira" que no final das contas, é muito mais simbólica e importante do que a Liverpool, é nada mais nada menos que a Venâncio Aires, em especial a casa de número 408.

Abraços!

terça-feira, 25 de maio de 2010

Uma tarde na frutífera


Fomos na USP hoje à tarde, Chicão foi resolver uns lances e aproveitamos pra conhecer o bloco da História/Geografia. De Cara, é o susto natural de quem não conhece o campus, é uma cidade universitária mesmo, é o primeiro campus que conheço deste tamanho, só o da Unicamp que conheci com essa grandeza.

Logo na entrada do bloco de História/Geografia uma moça nos aborda com uma prancheta apresentando um projeto de cinema e pedindo pra tirar fotos, ela estava fazendo um mapeamento de pessoas com “cara de anos 70” para filmagens de um curta...rsrs...foi um “cartão de boas vindas” lindão. Claro que não pudemos fazer as fotos, pois no sábado retornaremos pra Macapá, e só o Chicão fez várias poses. Seguimos entrando prédio adentro, e vendo vários cartazes, stencil, faixas (é época de Congresso dos Estudantes da USP) e muitas pessoas em pequenos grupos. Fui para um onde é salão dos CA´s, e tudo ficou mais familiar. Era inevitável a lembrança de tempo de Congresso Estudantil, onde fui por 4 anos Coordenador de Cultura do CA da Federal do Amapá...Heluana também foi Dirigente do CA de Letras, e Alexandre em Ciências Sociais, num momento histórico para nossa Universidade. Tempo em que tínhamos contatos com todas as demais federais do país, e sempre participei dos congressos nacionais e regionais de Estudantes de História durante os anos que cursei (hoje com o curso trancado)...saudade mesmo, aprendi muito, extrai muitas coisas do ME, conheci várias cidades, várias pessoas e vários momentos históricos como a luta contra a ALCA, Fora FHC, vimos Lula se aliar ao PL e depois vencer as eleições, e de várias marchas, Fórum Social Mundial, e até sediamos um congresso Norte Nordeste em Macapá com uma equipe de poucos, e até hoje esse congresso é lembrado na federação de estudantes de história como um dos melhores.

Ao contrário do que muita gente pensa, o Movimento Estudantil Brasileiro sempre foi muito sério e aguerrido, muitos dos que viveram a mesma época do que eu e os meninos, continuam na luta em outras frentes, nós criamos o Coletivo Palafita, outros são Secretários de Cultura, ou foram para outros movimentos, como o MST, e outros.

Falando de MST, nessa semana contei um pouco da minha passagem pelo movimento pra Dani Amerê, numa conversa indo pro SESC Pompéia. Foi no MST que vi de perto o que é nascer com um compromisso com todos, de uma luta que não cessa por ainda ter muito pra fazer, vi que as adversidades são combustíveis pra avançar, e que toda luta onde se garante a diversidade é legítima. Foi um período de lapidação, e restauração do sentimento libertário, do entender a vida como parte de um todo, que muito mais importante.

Estamos perto de viver novamente uma outra Era de Aquário, e sentir aquele clima, já nos ambienta, é um lugar que ainda exala contracultura, que ainda se move por entre os ciclos, e disso não tememos, muito pelo contrário, estamos aqui, fazendo canções, trabalhado diariamente no CFE, pré-produzindo o cd do Mini Box Lunar, e na produção do Quebramar, e absorvendo toda essa energia limpa, de banco de estímulo, de vontade de dá o próximo passo.

Revendo um ambiente familiar e sabendo que muitos não conseguirão concluir o curso, outros se perderão pelo caminho e uma pequena parte será o pequeno grupo que da luta verá o retorno, sigamos juntos, vivamos esse novo momento na historia brasileira, onde as redes indicam um novo caminho, onde cada vez mais tudo se aproxima de todos, que seja a USP ainda um celeiro de gigantes tanto na produção cientifica quanto na luta dos movimentos sociais...agora e sempre...

...desculpem a emoção.

Abraços!

domingo, 23 de maio de 2010

Seguindo o conselho dos mestres...


por Otto Ramos


Nesse período de pós turnê nordeste e pré produção do disco, uma coisa que sempre ouvimos do Pablo, Alex Antunes e do Miranda foi: “Saiam mais um pouco! Conheçam a cidade, sintam o que ela mostra...isso ajuda muito no processo de construção do disco!” e por mais essa frase comum para bandas e artistas, pra nós o grande lance era ver São Paulo num “caleidoscópio” misturar todas as informações, posicionar uma de frente com a outra e absorver o máximo possível. E tem dado certo.


São Paulo também pra mim (que ainda estou cursando História na Federal e ex Pesquisador de Arqueologia Histórica...porque a bolsa se foi com essa temporada fora do Amapá..rsrs) é uma revisitação emocionante ao tempo de construção da nossa jovem democracia. Com suas ruas que proporcionam imagens fantásticas e em especial a ECA da USP onde o Mini Box Lunar fez um dos shows mais importantes da sua vida, num lugar carregado de energia militante e com um ar aguerrido que é transcendental, e isso claro que é bem vindo para nosso banco de estímulo dentro da rede também.

Outros lugares visitados, pessoas que conhecemos no Festival Fora do Eixo SP e RJ e os dias no nordeste numa das ações mais estimulantes que já construímos, e nesse retorno pra SP tivemos uma pausa na Pré produção do disco, passamos então a dedicar mais tempo ao Quebramar e ao nosso Congresso Regional, e com a ida do Alexandre, Helu e JJ para Macapá e Ppeu e Denize para Ribeirão Preto, eu e Sady passamos a sair mais com o Lincoln, e a andar um pouco mais pela cidade.

Mais uma vez fomos à um lugar indicado pelo Miranda – a Surreal Liberdade – e piramos nas ruas do bairro japonês/coreano as vezes mágico e lindo e as vezes bizarro! Fomos logo pro bizarro da coisa, e passamos horas procurando filmes trash japoneses, um em especial que o Sady viu metade em Belém porque metade da platéia abandonou a sessão e duas pessoas desmaiaram logo na primeira metade do filme! Rsrs...aê deu gás pra ir em todas as lojas de filmes e também nas banquinhas de camêlo da Liberdade. Na procura vimos tantas coisas malucas e interessantes, e as vezes engraçadas como um cartas em todos os postes de um “Caloteiro da Liberdade!” rsrs...o cara que “marcou” espalhou vários cartazes com a foto e uma frase de maldição! Hahah...muito engraçado!

Andando vimos o quanto eles são objetivos mesmo, um povo sagaz ao extremo! E com uma beleza artística, uma arquitetura bonita (até o banco é nos moldes japan city) no meio de tanto barulho e gente passando. Muito bonito, fácil de chegar lá, vale muito a pena comer por lá, conhecer todas as lojas..ah sim! Lembrei...vi um Nunchaco de verdade! Vários pendurados na porta de uma pequena loja...aê lembrei do tempo que eu fazia de cabo de vassoura e com corrente de metal! Hahah...Sady tb fez muitos Nunchacos fakes, Foi massa ver um de verdade assim como outros objetos como um chapéu vietcong que quase compro pra tocar no show do SESC Pompéia mas o preço me assustou...100 pilas não dá né!...”obrigado tio, queria mas nesse preço não posso...” rsrs.

Espero que vire música pro disco 2, e que tudo que vivenciaremos ajude tanto na banda quanto no processo de formação política dos Mini’s, e já dá pra cantar os versos vitoriosos de Tom Zé: “...São, São Paulo, meu amor...”

sexta-feira, 21 de maio de 2010

É nóis no: Cultura Brasil


Hoje saiu uma matéria sobre a gente no Cultura Brasil, super bacana! Além da gente tem uma sobre nossos ameguenhus do trio power mato grossense, o Macaco Bong (MT). Quem quiser dar uma conferida nas duas e quem sabe uma comentada, é só apertar aqui, oh : www.culturabrasil.com.br/colunas/abandadodia/flores-amazonicas-3

quarta-feira, 19 de maio de 2010

Assim Macapá fica perto...

Por Otto Ramos

Durante os dias fora do Amapá (aproximadamente dois meses) encontramos varias pessoas que viveram em Macapá ou que são de Macapá e até aqueles que conhecem alguém na capital da linha do Equador.
Vamos nos assustar com tanta coincidência juntos:

1 – Durante a II Tour FDE Nordeste, em Aracajú (SE) casa do Virote Coletivo, depois do Show na Rua da Cultura, aparece um figura bêbado perguntando assim pra Helu:
- Onde tu mora mesmo?. Heluana responde:
- ...em Macapá
- eu sei, mas onde?
- no centro
- é...porque eu so do Laguinho!!! (Laguinho é um dos bairros tradicionais de Macapá)
- Laguinho??? Como assim? do Laguinho mesmo?!
- é sim, vocês conhecem o Diabão??? (Diabão é um maluco das antigas super conhecido da cena)
- Claro que a gente conhece!!!!
- pois é, digam pra ele que vocês falaram com o Sapo aqui em Aracajú!!!
Galera pirou geral, o maluco contou umas histórias deles, da época que piravam juntos nas rockadas em Macapá. Despedimos-nos do “Sapo” que foi falando que o universo é ao nosso favor!...muito mágico encontrar o maluco!

2 – Figura que foi com o Lewis no Mancha
Conhecemos o Lewis, que esteve no Brasil fechando o casting das bandas brasileiras para uma coletânea britânica. Convidamos ele pra ver nosso show na Casa do Mancha (SP). Ele foi acompanhado de uma Amapaense que trabalha no Instituto de Cultura da Claro e que conhece um grande amigo nosso, o cineasta Gavin, ...ela conhece o Gavin!!!! Caraca!!! E acreditem ou não, na hora em que ela falava sobre o Gavin, ele ligou de Macapá. Uma noite de surpresas mesmo!

3 – Contra regra da PlayTv que conheceu Breves!!!
Esse caso é mais surreal ainda. Se encontrar gente de Macapá é estranho imagina encontrar gente que passou por Breves (cidade pequena que fica entre o Amapá e o Pará no arquipélago do Marajó) lugar onde eu e Ppeu nascemos. Isso sim é de outro mundo, e o cara é contra-regra da PlayTv. Conhecemos o “Formiga” quando fomos gravar o Programa com a Bianca Jhordão (Combo: Fala + Joga).
Ele contou a experiencia dele num projeto que passou por Breves, um programa de incentivo à leitura, e até relembrou umas situações bem marcantes.

4 – Revendo amigos
No Rio, encontramos com a Bárbara, atriz macapaense que mudou pro Rio e outros amigos nossos. Ela estava passando pelo Circo Voador pra confirmar se realmente estaríamos tocando naquela noite (14 de maio)...e quando estávamos “dando uma de turista” e tirando foto no muro do Circo Voador (bacana ver pintado o nome da banda no muro do Circo Voador...quase a Helu chora né...rsrs)...a Bárbara surge por detrás dos Arcos da Lapa com um grito de saudade e surpresa...foi emocionante o reencontro que mais tarde rendeu em mais abraços coletivos. Encontramos os outros meninos (Wellington e Anderson) e o papo rolou mais depois do show do Mini Box Lunar.
Logo depois encontrei a Juliana (que trabalha no mesmo Instituto de Pesquisas Arqueológica que eu...ops que eu trabalhava...mas isso é outro papo). Ela viu todo o show no Circo, e morreu de orgulho do colega aqui...foi muito massa encontrar a Jú e os demais no Rio, na Lapa e no templo maior do Rockinroll brasileiro – o Circo Voador.

5 – Figura de Nova Friburgo que morou 4 anos em Macapá sendo professor.
Em Nova Friburgo durante o Festival Fora Eixo (RJ) encontramos o Marcelo que foi professor em Macapá e que passou 4 anos morando na capital. Conversamos bastante sobre as peculiaridades do Amapá e das pessoas que mudam pra lá, quase todos com o mesmo perfil. Ele viu o show, curtiu muito e nos convidou a retornar em Nova Friburgo quando iniciarmos as gravações do Disco...é claro que retornaremos lá! Cidade linda!!!

6 – Motorista do micro ônibus pra Nova Friburgo – Rio morou em Macapá e tem família residente no Amapá.
Ao subir no micro ônibus já retornando pro Rio, o motora pergunta: “é verdade que vocês são de Macapá?” claro que achei que seria só mais um susto de quem conhece a banda, mas o cara que assustou a banda dizendo que tem um irmão em Macapá e que também morou lá...rsrsrs...Sady até disse que já estava ficando com medo disso tudo!...rsrs.

Ficaremos fora de Macapá até o dia 29 de maio, vamos ver se ainda vai pintar mais um “camarada das terras do extremo norte” e se rolar, posto aqui.

Abraços!

sexta-feira, 14 de maio de 2010

jams e tvs


Rola aquele papo do "chores e chorarás sozinho", né?
Nessa semana o Saulinho, Di Deus e Miúda - aqueles que dao prum Caldo (de Piaba) -, estiveram aqui e pudemos compartilhar algumas angústias típicas de quem é do Norte do país e se encontra longe de casa, no caso, em Sampa: falta de açaí de verdade e excesso de frio!!!

Ppeu, o batera mais guitarrista da Mini Box e também um dos mais sofredores quando o assunto é ausência de açaí (ele fica parecendo um nóia em abstinência), pensando justamente em transcender sua condição fatídica, resolveu cair de cabeça numa jam de guitarrada -estilo musical do Pará, que mistura o choro, o carimbo, o merengue, o maxixe e a lambada, típico do Norte-, junto aos meninos do Acre, lá no Estúdio Lamparina.
Esse saca, olhem a¡!


Além da lambada eles fizeram uma versão de "O milionário", um clássico que a Mini Box também costuma tocar nos shows longos o suficiente pra poder incluí-la.



Ontem foi uma agonia de almoçar rápido para estarmos todos prontos as 14:30 porque a van da PlayTV iria passar no escritório do Amere para nos levar aos seus estúdios, lá faríamos dois programas: o Combo = Fala+Joga e o Playlist.


não faço idéia do que estávamos falando...

O primeiro foi Combo = Fala+Joga, que é apresentado pela Bianca Jhordão (vocalista da banda Leela), que já tínhamos conhecido levando um papo durante entrevista em 2009, no Festival Goiania Noise. Foi divertido que só, todos jogaram exceto eu e o Alexandre que não somos lá muito íntimos de games. Assistir todo mundo se embaralhando quando começava a jogar era uma graça, o Sady entao, travou total!

Depois veio o programa Playlist, onde escolhíamos uns clipes pra rolar, mediante a listagem disponível. Ficou assim:
Alexandre -> Tatuí, 3 na massa
Sady -> Um olho no fósforo outro na fagulha, Pata de Elefante
Ppeu -> Minha menina, Mutantes
Helu -> Bom senso, Tim Maia
Jj -> Tell mama, Janis Joplin
Otto -> égua, esqueci qual era!


Na saída encontramos o Lariú, da Midsummer Madness, ano passado o levamos a Macapá pelo Coletivo Palafita para uma atividade de formação, a Semana da Música.
Quanto ao programa, nem sabemos quando que irá passar...mas qualquer coisa avisamos aqui, lógico! rs.

quarta-feira, 12 de maio de 2010

Na rua, no bolso, na escada, no estúdio...

Ontem de tardinha começamos a organizar os instrumentos na sala do Estúdio Lamparina para gravarmos o ensaio ao vivo com as músicas que farão parte do cd, acabamos gravando das 20 as 22h. Muito bacana o resultado, a seleção e ordem das músicas tão legais!!! Vocês saberão em breve...

Ainda no início de abril, logo que chegamos aqui, fizemos o Música de Bolso, "projeto visual que faz música para ver e videos para ouvir". Foi engraçado no dia porque, enquanto gravavamos Despertador o sol estava tímido...daí fomos pra rua gravar Amarelasse e o sol surgiu fortíssimo! Quando a música acabou o sol sumiu e esfriou...que cosa, non?!

Vejam só como ficou!


Tem o Despertador também...

segunda-feira, 10 de maio de 2010

Andando por São Paulo tropecei num crocodilo...

Sampa é um turbilhão de informações, em um simples passeio por uma calçada, a Mini Box Lunar absorveu o impacto do que foi a Vanguarda Paulistana.

Descendo a Theodoro Sampaio (rua famosa por ser a centralização das lojas de instrumentos musicais em sampa), passo por um camelô de vendas de vinil e vejo:

“Clara Crocodilo”













O primeiro álbum lançado pelo compositor brasileiro Arrigo Barnabé e também o último a contar com a participação da Banda Sabor de Veneno, que ele havia montado para uma (polêmica) participação no Festival Universitário da Canção da TV Cultura de São Paulo em 1979. O álbum é considerado pela crítica especializada como o marco inicial da chamada Vanguarda Paulista e um dos mais importantes discos experimentais lançados no Brasil no século XX.
Uma dose exata da tradução do que é sampa.


Pois, ao lado de Barnabé, também despontaram nesta época a cantora Tetê Espíndola e o cantor/instrumentista Itamar Assumpção. Juntamente com os grupos musicais Premeditando o Breque, Língua de Trapo e Rumo, compuseram o que a imprensa logo denominaria como "Vanguarda Paulista", algo definido pela jornalista Marília Pacheco Fiorillo como um movimento "um tanto insolente, pouco afeito à utilização da música como jingle ideológico ou sentimental, de compenetrada formação musical e impecável senso do absurdo".


Sendo então saudado pela crítica especializada como o porta-voz da "terceira revolução" da MPB (depois da bossa nova e do tropicalismo), Barnabé encarnou o papel e declarou em 1981 "que depois do Tropicalismo o que tinha de acontecer é o atonalismo na música popular, que tinha de pintar uma coisa atonal". Isso porque os caras tinham chegado num ponto, mas não tinham rompido com Dai então a falta de interesse das gravadoras comerciais no trabalho dos "independentes" justificava-se pelo caráter "vanguardista", erudito (e pouco comercial) do trabalho desenvolvido pelos mesmos. Que acabou por se concluir no esquema “Independente por acaso“


Pois não foi um gesto deliberado de rebeldia ou de "resistência cultural" por parte de Arrigo Barnabé, como chegou a se pensar na época. O LP seria originalmente lançado pela gravadora Polygram como parte da série Música Popular Brasileira Contemporânea, dedicada a artistas novos. Todavia, devido a atritos entre o músico e a gravadora, ele teve de optar pela produção independente que foi realizada entre julho e setembro de 1980 no Nosso Estúdio de São Paulo, tendo por produtor Robinson Borba. O lançamento foi feito em 15 de novembro deste mesmo ano na Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da USP, mas o Departamento Federal de Censura só liberou a comercialização na última semana de dezembro.

Cheguei nem a perguntar o valor dessa raridade. Mesmo que fosse barato (o que com certeza não era) eu só tinha dinheiro para uma aspirina. Terminado o passeio, seguimos rumo a USP, onde tocaríamos no Canil (veja o video no post anterior). Tocada essa, que foi descolada por nosso amigo Chicao, dono do Estúdio Lamparina, onde estamos hospedados.

Ao chegar na USP, encontramos o “broto“. “Broto” é um grande entusiasta da Mini Box Lunar desde o Festival Fora do Eixo edição SP, onde tocamos com o Maldito Jards Macalé

Então, entre um papo e outro, eis que broto se inflama e diz:
Putz bitchooo, vocês seres amazônicos providos da descontruçao natural tem que entrar em contato com o Clara Crocodilo, pô!!! Seria mó barato fazer essa “relasong“ da desconstruçao concretista proposta pelo Arrigo e da desconstruçao Natural trazida por vocês.
E conclui:
Andem pelas calçadas quebradas bicho, as rachaduras de sampa tem muito a contar.

Relasong`s beibe...
Ouça do álbum “Clara Crocodilo“ a música “Diversões Eletrônicas”, que foi a Vencedora do Festival Universitário da Canção (1979).

Ouça também a banda do nosso amigo, Broto: www.myspace.com/mudshark
E (só pra não dizer que não falei de flores, rsrs) ouça Mini Box Lunar: www.myspace.com/miniboxlunar

Roda gigante, roda moinho, roda peão..

Tudo girou nos trazendo de volta pra cá pra esse canto, muita coisa aconteceu e aqui (?) estamos. Há bastante o que falar, vou começar por partes.

Por exemplo, ta amanhecendo em Sao Paulo no escritório do Amere Coletivo e Estúdio Lamparina (onde estamos hospedados) e tá bastante frio! Ainda nao consegui dormi porque estava organizando umas fotos da Mini Box no Picasa. Que tal ver o resultado desse serviço? Rs. Para ver click... tchanran!

Uma coisa super legal e recente: na última quinta-feira, graças ao nosso amigo Chicao (um do s donos do Lamparina), tocamos no Canil da USP. Público foda! Tínhamos ido lá na semana passada ver o show louco do Ala de Psiquiatria (uma das cinco bandas do Chicao), acabamos dando uma palhinha e o pessoal curtiu, dai fechamos de tocar na outra semana. 
Um dos caras a organizar a parada era o Paulinho, que por acaso tinha feito a iluminaçao de palco do nosso show na Cinemateca durante o Fórum de Cultura Digital em novembro de 2009, olha só que coincidência! Acabou que ele fez também um pequeno video do show lá! 
Dêem uma olhada no calor do povo...com certeza é desta proximidade que precisamos nos shows!